Não me orgulho de escrever essas
coisas tristes e pesadas, mas o que posso fazer? Preciso colocá-las para fora
de alguma forma. Então, tento explicar o que não se pode explicar, descrever o
que não posso ver nem tocar, somente sentir. Não me orgulho de imprimir minha
dor nessas palavras. Me envergonho por sentir o que sinto e por essa patética
incapacidade de não conseguir me livrar de outra maneira. Julgo e condeno a mim mesmo em silêncio. Não... eu não me orgulho por manchar de sangue mais estas inocentes páginas em branco.
Por levantar muros das lamentações, por espernear entre um parágrafo e outro.
Mas sem isso, o que me resta?
A escrita não me é mais escapismo, é
remédio, é droga que me anestesia das dores que não sei onde me doem, mas doem.
Perdoe-me, leitor, pelo vício, mas sem isso, eu morro.
Diogo Souza, 25 de abril de 17