Diogo Souza

Escritor e jornalista

Vida de busão

Ontem foi um dia tipico, acordei cedo, fui trabalhar e ao sair fui para casa e de la viajei para Simão Dias para ver meus pais. Adianto que foi uma rotina de ônibus, nada elegante e/ou glamourosa. Indo para a Rodoviária Velha, em Aracaju, vi como andar de ônibus e uma grande aventura de muitos personagens. Com o busão relativamente vazio da para perceber as reações dos passageiros. Ainda na Avenida General Euclides Figueiredo, subiu um jovem rapaz homossexual, e uma senhorinha simpática ficou a fitá-lo por um bom tempo com uma cara no minimo perplexa, como que para ela aquele tipo de pessoa não fosse normal. A reação dela me chamou a atenção e fiquei tentando imaginar sua visão de mundo e suas origens.
Já na rodoviária, em meio aquela bagunça e multidão, que atiçam meu lado esquizofrênico, entrei no micro-ônibus que me levaria a Simão Dias. La dentro, aquele tipico som de celular tocando um pagodão porno e uma jovem mae resmungando com seu filho davam o tom da viagem de duas horas rumo a minha terrinha. E assim foi.
Alem de todo o estresse e desconforto de uma viagem intermunicipal num fim sábado, tive que aturar aquela mae brigando com seu filho. Ainda bem que tenho uma grande mae, que me ensinou o o que e respeito me respeitando. A tal moça do micro dizia para o filho coisas para o menino do tipo: "você só sabe me atrapalhar", "seu idiota" e coisas piores. Imagino este guri com seus 13 e 14 anos aplicando com sua mae tudo o que ela o ensinou.
A medida que os quilômetros passavam novas pessoas surgiam, para o bem o ou mal. Incrível como nessas viagens sempre tem que surgir uma criatura cambaleante com uma lata de cerveja na mao, ouvindo e cantando Pablo do arrocha. Que nossa senhora dos fones de ouvido nos de paciência nestas horas, e muita. Alem disso, ainda tem aquele pessoal que fica te encarando, ouvindo suas conversas e dando uma olhadinha básica na tela do seu celular.
E encerrado o show do busão, já em Simão Dias, sobem meus queridos conterrâneos que, ao que parece, gostam de se espremer os ônibus. E serio, pois o busão pode estar vazio do meio para o final, mas a galera fica se amontoando na frente. Talvez um dia eu ainda faça um artigo científico a respeito deste estranho comportamento e isto vire pauta do Globo Repórter, ou não. Mas enfim, sobrevivi em todos os sentidos.
Não conheço o preço da fama, mas lido com o da pobreza todos os dias e, vai por mim, não e nada bom.
Mas vale a pena, tudo para estar perto de minha querida familia!

P.S.: E, enquanto eu enfrentava esse drama, uma grande amiga e colega, Suellen Mayara, viajava para Detroit, nos EUA, em busca de seus sonhos. Desejo a ela toda a força do mundo para que possa alcançar seus objetivos e que possa crescer cada vez mais. Que esta fase seja muito bem aproveitada.
Parabéns e boa sorte!
Diogo Souza